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A Floresta Sombria

  A floresta respirava uma calma tensa, como se estivesse em alerta. O ar, denso com a magia negra que permeava as árvores, parecia apertar os pulm?es de Mika. Cada passo em dire??o ao cora??o daquela selva corrompida o aproximava mais do abismo criado por Kuroshi Onizuka. A miss?o que tinha pela frente parecia cada vez mais impossível. Mas, ao seu lado, Ivan era uma presen?a constante, talvez até mais necessária do que ele queria admitir.

  - Tem algo aqui, n?o tem? - sussurrou Ivan, seus olhos refletindo o pouco de luz que o luar oferecia. Havia uma mistura de curiosidade e apreens?o em sua voz, mas também uma determina??o que Mika reconhecia bem.

  Mika assentiu, apertando os dedos ao redor do arco enquanto invocava uma chama azul na ponta da flecha. - A magia escura está impregnada no ar. Isso pode ser um aviso... ou uma armadilha. - Seu olhar se movia com cautela, atento a qualquer sinal de movimento nas sombras.

  O som que se seguiu, um estalo de galhos secos quebrando em vários pontos ao mesmo tempo, interrompeu a quietude. Mika n?o hesitou; ele puxou a corda do arco, preparando-se. As formas que se materializavam entre as árvores eram monstruosas, grotescas e distorcidas, como se a própria essência das criaturas tivesse sido retorcida pela magia de Kuroshi. Seus olhos, pequenos focos vermelhos, brilhavam na escurid?o, e os corpos se moviam de maneira errática, como se estivessem presos entre dois mundos. Eram os espreitadores das sombras, armas ambulantes criadas por Kuroshi para ca?ar qualquer ser que ousasse adentrar seu território.

  - Nem sei se dá para chamar isso de boas-vindas... - murmurou Ivan, sua voz carregada de sarcasmo, mas havia algo mais ali. Algo que Mika reconhecia como uma cautela escondida por trás de uma fachada irreverente. - Parece que alguém n?o quer visitas.

  Mika manteve os olhos fixos nos monstros à frente, mirando cuidadosamente. N?o havia tempo para respostas. Ele soltou a flecha, que cortou o ar com precis?o, atingindo a primeira criatura em cheio. Um grito abafado ecoou antes que o monstro se dissipasse em uma nuvem de fuma?a negra. Mas a vitória foi breve: duas outras criaturas surgiram quase imediatamente, mais vorazes, mais rápidas.

  - Acho que estamos em desvantagem aqui, Mika! - Ivan exclamou, sua m?o se envolvendo em chamas vermelhas enquanto ele conjurava uma rajada de vento. A for?a do vento empurrou algumas das criaturas para trás, mas elas logo retornaram, avan?ando com ferocidade. - E parece que elas n?o est?o interessadas em conversar!

  Mika disparou mais flechas em rápida sucess?o, cada uma acertando um alvo diferente, mas o número de monstros só aumentava. As criaturas estavam saindo das sombras como uma maré escura, cercando-os.

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  - Precisamos abrir uma passagem e fugir! - Mika gritou, sua voz carregada de urgência. Ele avan?ou, criando um círculo de fogo azul com suas flechas, mantendo as criaturas afastadas, mas n?o por muito tempo. O fogo iluminava seus rostos distorcidos, mas n?o os detinha.

  Ivan entendeu a necessidade de a??o imediata e criou um turbilh?o de vento ao redor das chamas, expandindo a onda de calor e for?ando os monstros a recuar. Ele puxou Mika com for?a, e os dois avan?aram rapidamente pela brecha que haviam criado, correndo em dire??o à clareira à frente.

  Os passos das criaturas perseguiam-nos de perto, mas, quando chegaram à borda da clareira, algo estranho aconteceu. As sombras hesitaram, pararam de avan?ar. Mika e Ivan olharam para trás, com a respira??o ofegante, observando as criaturas à distancia. Elas n?o cruzaram o limite da clareira, como se alguma for?a invisível as impedisse.

  - Parece que estamos seguros... por enquanto. - Ivan murmurou, ajeitando-se, aliviado, mas ainda atento. Ele olhou para Mika, um sorriso ir?nico nos lábios. - Mas o que eram aquelas coisas?

  - Espreitadores das sombras. Criaturas corrompidas pela magia de Kuroshi Onizuka. Ele as usa para ca?ar e punir os que ousam adentrar seu domínio. - Mika respondeu, ainda observando as árvores com cautela. Sua mente estava focada, mas algo no ar estava mudando. O perigo ainda estava lá, apenas à espreita.

  Ivan bufou, soltando um sorriso de desdém. - Ora, que anfitri?o generoso. Da próxima vez que cruzar com ele, talvez eu possa agradecer por tamanha hospitalidade.

  Mika n?o p?de evitar um sorriso, mas logo seu semblante se tornou sério novamente. - Precisamos seguir em frente. Agora ele sabe que estamos aqui. N?o podemos perder tempo.

  Antes que pudesse dar mais um passo, Ivan colocou uma m?o no ombro de Mika, detendo-o por um momento. Ele fechou os olhos e uma aura verde e suave envolveu ambos. A energia fluía por seus corpos, e as dores das batalhas anteriores come?aram a desaparecer, substituídas por uma sensa??o de renova??o.

  - N?o vou deixar você lutar em tais condi??es. - disse Ivan, sua voz agora calma, mas firme. Ele soltou um sorriso travesso. - Precisamos de toda for?a possível para o que nos espera.

  Mika sentiu a energia de cura tomar conta de si e, ao olhar para Ivan, agradeceu com um aceno de cabe?a. - Obrigado, Ivan. Você é um aliado valioso.

  Ivan sorriu, com o brilho do fogo em seus olhos. - Ah, você ainda n?o viu nada. - Ele piscou. - Que tal retribuir o favor àquelas coisinhas de antes?

  Mas antes que Mika pudesse reagir, um som profundo e amea?ador reverberou pela floresta, um ruído baixo e constante que fazia o ch?o tremer. Os dois levantaram o olhar ao mesmo tempo. Uma sombra colossal bloqueou o luar por um instante. As árvores ao redor se curvaram, como se a própria natureza estivesse em panico.

  Uma criatura gigantesca desceu do céu, suas asas negras quebrando o vento. Escamas negras cobriam seu corpo imenso, e os olhos, duas brasas incandescentes, brilharam com um ódio palpável. O drag?o de sombras, uma das feras mais poderosas de Kuroshi, agora pairava sobre eles. Seu rugido ecoou por toda a clareira, fazendo as árvores tremerem.

  Ivan e Mika ficaram paralisados por um momento, as garras da criatura se aproximando. Ela era grande, mas algo em sua postura indicava que ainda n?o estava no auge de seu poder - um drag?o jovem, talvez. Mas, mesmo assim, sua presen?a era amea?adora.

  Mika respirou fundo, seu olhar fixo na besta. Ele sabia que n?o tinham muito tempo. Kuroshi estava jogando seu poder contra eles de todas as formas.

  - Vamos precisar de mais do que flechas e magia para isso... - Ivan disse, sua voz baixa, mas com o mesmo tom de desafio que Mika já conhecia.

  Mika assentiu, o cora??o batendo forte. A batalha estava apenas come?ando, e o destino de Elandor parecia estar nas m?os deles.

  (Continua...)

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