home

search

19

  Sentindo-se desgastado e fraco, Graco acorda de um sono profundo. Seus pensamentos est?o lentos e rasos, ele n?o se lembra o que o deixou debilitado desta forma. O que ele nota, porém, é que está deitado na cama de seus pais.

  Sozinho mais uma vez no quarto, Graco consegue sair da letargia do sono após alguns bocejos e esticar seu pequeno corpo. Ele ainda n?o consegue caminhar, no máximo se rastejar tocando os joelhos e m?os no ch?o, portanto ele decide permanecer deitado de costas.

  'Bom dia, dorminhoco.' Uma voz gentil e feminina ecoa dentro de sua cabe?a, fazendo com que Graco se lembre dos momentos antes de ficar inconsciente.

  A ilumina??o o atinge, ele fecha os olhos rapidamente e verifica seu palácio existencial, apenas para n?o ver o orbe abissal orbitando o espelho esférico e o entrela?amento com a alma de Eztli, sua fuma?a cinza apenas está conectada por um fio esfuma?ado que se estende ao infinito da escurid?o.

  Nervoso com tudo isso e sem conseguir sentir as emo??es de sua companheira, Graco se levanta rapidamente da cama e tenta entrar no aspecto umbral. E é cancelado, consequentemente seu corpo recebe um rebote que o faz cair deitado novamente.

  'Eztli, você está aí? O que está acontecendo, minha memória esta nebulosa' Chamando com preocupa??o em sua mente, Graco n?o recebe as sensa??es instantaneas dela como antes.

  'Se acalme, Graco. Coloque sua m?o no pesco?o, vá com calma, você está fraco devido a todo o processo'

  O tom apologético e doce, deixa-o mais tranquilo. No entanto, n?o o impede de levar rapidamente a m?o direita para tocar a garganta.

  Esperando que seus dedos toquem o típico pesco?o fofo de uma crian?a, Graco encontra a sensa??o de passar os dedos por uma bolinha redonda presa a uma gargantilha de couro áspera e desgastada.

  'O que é isso? Parece um vidro liso e redondo, e por que está ali?'

  Graco pergunta com tranquilidade, contudo se surpreende ao sentir a duplicidade de emo??es que normalizou, as dele e a de Eztli. Ele sentia que faltava um peda?o dele ao n?o sentir as emo??es dela.

  'Com saudades, Ac? é uma longa história que deve ser contada, mas essa coisa redonda aí é o orbe abissal.'

  Eztli diz inicialmente com afeto e ironia, mas posteriormente suas palavras trazem sua clássica seriedade ao ensinar Graco.

  'Você consegue sentir, óbvio que sim ... O que ocorreu enquanto eu estava desacordado?'

  Graco n?o sente vergonha ao falar o que sente, mesmo se n?o tivesse coexistência emocional com Eztli, porém isso obriga Eztli a digerir o sentimento para continuar sua explica??o metódica.

  'Primeiramente ... Obrigado, Graco, você fez muito por mim em seu ato anterior.'

  'O que houve foi o seguinte, agora conseguimos controlar o poder da entidade agora e moldamos a nossa existência. Antes o que era a dominancia dela sobre nós, é mais uma coabita??o que podemos mandar. Ela ainda tem influência, ainda mais em nossos momentos de fragilidade, mas muito menos potente.'

  'Ok ... , me explique magicamente agora'

  'O poder da entidade se tornou um utensílio, um artefato material, um objeto externo, como uma ferramenta depois que invadimos com nossas almas o orbe abissal, e você está se sentindo definhando porque seu espelho esférico utilizou muita vitalidade para sustentar a luta pelo dominancia no seu corpo .

  A infec??o da escurid?o n?o é mais uma condi??o da alma, ele n?o está ligado diretamente a sua alma, espelho esférico e núcleo de energia mundial. Nossas almas ainda est?o coexistindo com a entidade como qualquer reparador, mas n?o somos sua futura marionete.'

  This tale has been unlawfully obtained from Royal Road. If you discover it on Amazon, kindly report it.

  'Minha alma ainda é conectada a sua alma, Graco, mas somente é ativada quando me manifesto em seu pesco?o ... '

  'Espera, você quer dizer que agora você é parte deste orbe?'

  'Sim, teoricamente n?o tem mais perigo do que nossa antiga condi??o, Graco. Eu sou este acessório agora, mas tenho mais liberdade do que antes. Veja isso ...'

  Abruptamente, uma fuma?a negra cinzenta com poucas escoria??es brancas sai lentamente do orbe, Graco assistiu com um olhar cético todo o gás diante de seu queixo. Deslumbrado ele se torna quando toda a fuma?a se concentra densamente em seu peito para formar uma vespa.

  A vespa voa para pousar em sua bochecha e sai rapidamente dela para pousar nas cobertas da cama, Graco segue toda a a??o com os olhos, e deita-se de lado para continuar observando a feiti?aria exótica.

  'Este é você, Eztli? Maravilhoso'

  Graco comenta impressionado e extasiado com todo a apresenta??o, involuntariamente ele ignora as faíscas de sentimentos que Eztli gerou ao pousar em sua bochecha, que eram de um agradecimento e um juramento carregado de um brando rubor calorento de um tenro flerte.

  N?o decepcionada com a desaten??o de Graco e sentindo-se jovial por ter conseguido agradar de sua maneira, ademais de estar feliz e entusiasmada com a empatia e saber que Graco se importa muito com ela, a faz despreocupada e alegre além de suas cren?as comuns.

  'Sim, agora eu posso me movimentar dessa maneira, acredito que quanto mais poder umbral você tiver, terei cada vez mais uma forma maior.'

  'Nosso poder. Você está bem? N?o se mascare mais daquele jeito, por favor. Quero cuidar de você também, Eztli, estamos nessa juntos.'

  Graco a pede com preocupa??o, e ela retribui o demonstrando de forma crua suas emo??es e sentimentos. Graco é atingido pelo calor suave do amor philia e pragma denominados pelos Gregos.

  Os dois se regozijam no estado emocional um do outro, entendo melhor um ao outro e repassando da forma mais genuína possível sua honestidade. As a??es recentes colocaram todas as cartas na mesa, Eztli alcan?ou uma reden??o de seus próprios medos.

  Ela n?o está mais sozinha, sua circunstancia que antes ela considerava uma oportunidade conveniente, agora é uma que ela n?o podia querer outra. Ela tem alguém que sofreu como ela, a entende, retribui, se importa com ela, gosta de sua presen?a e ainda quer ajudá-la.

  A rela??o utilitária dos dois foi varrida e espancada, atualmente eles se importam além dos objetivos, querem a satisfa??o pessoal um do outro. O bem- estar mútuo e parceria incondicional, juntamente com a felicidade de ambos, se tornou o novo fundamento deste edifício, as vigas se transformaram seus propósitos.

  'Nosso progresso aconteceu instintivamente e devido a nossos desejos mais fortes, agora a fuma?a umbral meio que se fundiu com a essência de nossas almas. Ela n?o é mais uma destrui??o desenfreada automaticamente, conseguimos controlar a escala de sua violência.'

  Um pouco constrangida, Eztli sai fora daquele transe sentimental com sua explica??o.

  'Entendo ... mas por que uma gargantilha de couro negro, você escolheu?' Graco expressa uma curiosidade brincalhona

  'N?o escolhi, na verdade preferiria um pingente. Tudo relacionado à entidade é muito subjetivo, posso inferir que é um aviso dela. Talvez possa ser uma mensagem de que estamos com as rédeas agora, mas ainda somos parcialmente presos ou dependentes de seu poder, algo assim.'

  'Ela é sarcástica, sempre trai?oeira e rancorosa. Que combina??o em?'

  'Sim, bem é uma criatura louca. Seguindo com a aula, pequeno Ac.'

  'Certo, professora.'

  Os dois riem de sua brincadeira, mas notam tarde, que a vespa produz um som riscado de uma risada. At?nitos, eles param a a??o e um silêncio engra?ado cai na conversa.

  'Você produz barulho, Eztli. Podemos no futuro nos comunicar vocalmente.'

  'Sim'

  A vespa pousa no nariz de Graco, e o abra?a com as patinhas de fuma?a. Isso causa uma cócega leve em Graco, fazendo-o rir levemente.

  Graco suspira fortemente, e diz com tristeza e pesar.

  'Ainda bem que deu certo, fiquei muito nervoso e triste com seu estado, Eztli. Me desculpe por notar tarde, sou muito egocêntrico e focado no progresso às custa da integridade própria e dos outros ... Sinto muito, Eztli.'

  'Eu agrade?o e te perdoo. Esta nova capacidade n?o é algo que pensamos, é fruto do que você mais queria para mim: felicidade. Obrigada, Graco, você n?o tem no??o do valor disso para mim.'

  Os dois ficam ali, parados e sentindo a paz um com o outro por alguns minutos até às perguntas de Graco retomarem.

  'E como fa?o para esconder esta gargantilha? A família irá ver isso, e n?o existe explica??o racional que n?o cause preocupa??o para isso.'

  'Sua pele absorve isso. Ah, me lembrei de um detalhe! Agora o seu aspecto umbral se desintegra em cinzas que saem ao vento, sua pele n?o o absorve mais, e ele é gerado por uma fuma?a negra cinzenta trazida no ar. Em algumas vezes enquanto você dormia, você entrava subitamente no aspecto umbral e saía dele rapidamente.'

  'Alguém notou algo? Todo este processo n?o deve ter sido calmo'

  'Eu também estava inconsciente naquela época, os únicos na mans?o eram Glob, Kalinie e Moíah. Mas eles n?o viram nada, pois teria ocorreria repercuss?es na família se tivessem.'

  'Ainda bem. Mudou alguma coisa no aspecto umbral?'

  'Suas tatuagens est?o organizadas em frases em um idioma indecifrável, mas agora sinto que se tentarmos ler ou entender, teremos resultados além da incompreens?o.'

  'Quando eu estiver disposto vamos come?ar isso. Mais alguma coisa?'

  'Agora eu consigo dormir, n?o sei o porquê exatamente, mas como agora minha alma é este orbe, assim sendo, estou conectada com sua vitalidade e núcleo. Talvez você coma mais a partir de agora.

  E você tem uma tatuagem preta e branca da anatomia de um cora??o em seu pesco?o, coincidentemente ela está localizada em cima de sua artéria carótida. E n?o tenho ideia da causa, n?o tenho como a esconder e ela é bem bonita na verdade.'

  'Você está brincando, né? Alguém viu?'

  'O primeiro a ver foi Kletka, ela ficou encantada como se tivesse encontrado diamante e logo contou para os outros, eles ficaram com express?es de descren?a. N?o compreendo, mas acredito ser uma tradi??o, mas quando todos estavam reunidos, ela beijou sua tatuagem, Kibi suas bochechas e Rualovu sua testa. Yuliya orou baixo durante o tempo dos beijos e chamou isso de Sinecura.'

  'é algo bom ent?o. Se eles tiverem rea??es positivas, deve ser algo benéfico. Vou perguntar mais às m?es sobre estas culturas.'

  'Concordo, seu pai deu até um abra?o de urso em Moíah e Globrilov, Kalinie fez o mesmo com as crian?as. Suas duas m?es se abra?aram também, foi uma cena linda.'

  'Concordo.'

  Graco assiste a cena na memória de Eztli, e imita o tom explicativo do característico 'Concordo' dela. Isso gera mais anedotas e risadas na conversa casual dos dois.

Recommended Popular Novels