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Capítulo 6: Decidir

  Decidir

  — Você é mudo por acaso? Ou está me fazendo de boba? — perguntou a garota de olhos dourados, impaciente e muito cansada.

  Miguel n?o respondeu, n?o soube reagir pois em seus pensamentos, o jovem repentinamente imaginou estar prestes a entrar em contato com algum ser ultrapoderoso que amea?aria sua existência ou coisa parecida, mas ficou confuso ao descobrir que aquela voz estranha vinha de uma pirralha.

  — N?o brinque com a minha cara, garoto!

  — Hii! — Emília solu?ou e entrou em desespero, ao ver com o balan?ar daquela pequena m?o, Miguel ser prensado no ch?o.

  — é ela! Droga! droga! droga! O que eu fa?o!? — Seu pior medo se confirmou e seus pensamentos se amontoaram na busca por uma saída daquela situa??o, estava exitosa, pensou em fugir pelo caminho oposto, mas lembran?as n?o muito distantes a fizeram repensar.

  — Se afaste dele! — mordeu os lábios e estendeu os bra?os em dire??o a garotinha, mas nada aconteceu, sua face ficou consternada e subitamente aquela determina??o se extinguiu quando seus movimentos foram interrompidos.

  — Você! — A alma de Emília estremeceu, agarrada pelo pesco?o por uma for?a invisível, come?ou a levitar lentamente e o corpo pesou do queixo para baixo.

  — Emília!! — Miguel gritou e tentou se mover, mas estava paralisado do pesco?o para baixo.

  — Você! Você estava lá! E ainda por cima tem a audácia de aparecer em minha frente!!? — A voz da garota que semicerrou os olhos, saiu acompanhada de uma energia mortífera que quando levantou o bra?o lentamente e come?ou a fechar o punho de sua pequena m?o, Emília come?ou a sufocar.

  — Na- N?o- n?o é isso Mi- Mirabelle e- ee- eu n?o queria q-!

  — Solta ela! — Miguel ficou espantado com aquilo e tentou se soltar, se debateu, gritou, mas de nada adiantou.

  — N?o queria!? Como!? Você e seus companheiros estavam lá e interferiram nas decis?es! Traíram seus ideais e mataram seus irm?os! Se opuseram à Ordem! — Um silêncio se instaurou com um escuro olhar de desgosto vindo da garota chamada Mirabelle.

  — E- Eu… — Emília que tentava se soltar e se contorcia, desistiu de seus esfor?os.

  — Eu Mirabelle de Luxia, Custódisa do Sétimo Cl?, Trarei finalmente a Morte aos Traidores! — A voz ecoou sobre uma enorme e opressora energia que fez o ar ficar pesado.

  — Por- Por favor! A- ao menos o deixe ir! — Emília implorou com um profundo medo no rosto, Miguel que assistia aquela situa??o impotente, amargava o cora??o quanto mais seus esfor?os se viam inúteis.

  — N?o existe perd?o, n?o existe misericórdia.

  — N?o! N- Na- por favo- ao menos o deixe ir! — Emília tentou, mas já estava prestes a ter o pesco?o esmagado, porém sentiu o aperto parar quando alguém se soltou.

  — Paaare! — Miguel cambaleante socou o rosto de Mirabelle e caiu por cima dela, agarrando-a pelos ombros.

  — Vo- Você! Como escapou!? — Mirabelle gritou e cuspiu um líquido dourado e em seguida estendeu a m?o para o alto, mas nada aconteceu e somente viu a tocar no peito do garoto. — O que está acontecendo!? Isto n?o é possível!!!

  — Solta ela!

  — Chega! — Uma tremenda onda de energia saiu do corpo dela, t?o forte que jogou Miguel para longe — Como!? Como conseguiu se soltar!? — Levantou cambaleante, raios saíam de seu corpo e se chocavam rasgando o ch?o.

  Miguel Tossiu e se arrastou até o port?o no qual se apoiou e deixou uma mancha de sangue antes de se levantar com dificuldade para respirar — O- O que foi que aconteceu? — apoiou o corpo sobre as pernas que doíam enquanto os bra?os tremiam e seu rosto machucado ardia, as feridas se fecharam queimando por partículas de energia vermelha que saíam de seu peito.

  Olhando para aquilo, Mirabelle ainda mais irritada com a falta de respostas estendeu a m?o na dire??o oposta.

  — Responda, Agora! ou… — ela come?ou a fechar a m?o, Emília quase sufocando come?ou a se debater e agonizar.

  — N?- N?o! N?o fa?a isso com ela! Eu respondo! Eu respondo!! — Gritou apavorado.

  — Ah! Agora você quer responder, hohoho! — Sorriu e o olhou com desdém — De onde você é!!? Quem é você!?? — apertou mais a m?o e o olhou fixamente.

  — Me chamo Miguel! E- eu- — parou alguns segundos em desespero — Eu- eu venho da terra! Da terra!! — Caiu de joelhos no ch?o e implorou — Eu te respondi! agora solta ela! Por favor!

  — Terra? Você!? Daquela fortaleza!? Hahahahahahaha!!! — Uma rea??o inesperada veio dela, que colocou as m?os na cabe?a e soltou uma risada psicótica.

  Assustado, o garoto continuou a implorar para que soltasse sua amiga que entre lágrimas e solu?os perdia a consciência.

  — Fortaleza!? Como assim?? Eu vim da terra! Isso é verdade! Solte ela!

  — Você n?o sabe de nada, garoto.

  — O- O quê!?

  Mirabelle em um instante desapareceu e Miguel ficou assustado e n?o soube o que fazer, Emília continuava suspensa no ar.

  Olhou para todos os lados e n?o viu a carrancuda garotinha de vestido vermelho ent?o correu em dire??o a sua amiga.

  — Emília! — Quase chegou a tocar ela, se n?o fosse por seus movimentos terem parado subitamente.

  — Aonde pensa que vai?

  Uma pequena m?o tocou no ombro dele.

  — Você achou mesmo que eu tinha simplesmente desaparecido?

  — O o- O que é isso!? Como chegou aqui!? — Gritou.

  — Isto é uma ínfima demonstra??o de poder, eu estava pensando e já sei o que fez você conseguir escapar! — Um olhar amedrontador e uma press?o poderosa em seus ombros, foram o suficiente para Miguel cair de joelhos.

  — O-! — Sangue jorrou da boca, uma dor intensa como se cada um de seus ossos estivessem sendo esmagados, penetrou por sua carne e o fez agonizar.

  — Ooo! Sua alma… — Mirabelle come?ou a movimentar a outra m?o por cima do corpo dele e outra dor duas vezes mais intensa era aplicada sobre ele. — Realmente, você n?o pertence ao Supramundo! — Um sorriso apareceu de ponta a ponta no rosto dela e o garoto revirou os olhos em agonia. — Mas sua alma- sua alma é extraordinária, para transformar essência em energia- mas essa composi??o- Isso é- é mais do que incrível! é esplêndido!

  — O- oqu- e!? Como assim??? O- o que essa lo- louca está dizendo!?

  — Mas isso é estranho. — Mirabelle suspirou, olhou para Emília já desacordada e afrouxou um pouco o pesco?o dela. — Mesmo que tenha conseguido sair da terra, n?o deveria conseguir chegar aqui… qualquer conex?o do espa?o exterior com esse lugar deveria ter sido destruída, além de que humanos vivos n?o podem usar de essência- espera! — algo incomodou o nariz dela. — este cheiro é de- mas tem uma energia- está vindo de- — Um cheiro que emanava dele lhe era familiar e quando semicerrou os olhos uma pequena linha em sua vis?o apareceu, uma linha vermelha que quando seguiu acabou em Emília.

  — Interessante. — Ela cessou a for?a que impunha sobre ele, qual come?ou a arfar desesperadamente enquanto se contorcia no ch?o.

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  — Isto no teu peito! — virou o para cima com um gesto de m?o e colocou o pé sobre o ombro direito de Miguel. — Essa marca que está cravada nele. — desabotoou a camisa dele. — é o símbolo de uma promessa, tu formou um contrato com esta infiel aqui. — Apontou para Emília que já respirava melhor.

  — O que? Marca? espírito? Como assim? Que porra isso tem haver!? — Ouviu mas n?o digeriu com as dores se intensificando por todo o corpo seguidas de ardor em seus pulm?es.

  — Agora está mudo de novo? — falou com raiva e ao mesmo tempo n?o sabia se o fazia falar ou se simplesmente esperava. — Você formou uma promessa uma marca em uma parte do seu corpo é o sinal de que essa uni?o existe, quando se tem um espírito o espa?o de sua alma é compartilhado e duas energias distintas a sua Santria passam a residir em seu corpo a essência e a Santria do espírito.

  — Me diga… como conseguiu formar uma promessa com ela? — Apontou para Emília.

  — Ma- mas que merda que cê tá falando!?

  Mirabelle olhou para cima por alguns segundos e dirigiu-se com a sola de sua pequena sapatilha vermelha em dire??o a boca de Miguel — Garoto. — o sangue espirrou para todos os lados e manchou a parte branca de seu vestido. — Alguém muito poderoso deve lhe querer vivo, ou nunca teria chegado aqui respirando.

  — Su- Sua puta!

  — Cale essa boca de merda seu símio! Já estou farta de lhe ouvir gritar! Sua vida está nas minhas m?os e eu n?o lhe manteria vivo se n?o estivesse interessada na essência que sua alma produz! — Já muito aborrecida o chutou mais e mais, até que um dente saiu de sua boca.

  — De- desculp- a — Cuspiu mais sangue e dessa vez suas feridas n?o se curaram e tinha um sangramento contínuo na boca e nas cicatrizes que tinha pelo corpo.

  Mirabelle Tossiu e se afastou dele.

  — Acho que me perdi conversando coisas sem sentido, se n?o fosse por essa sua situa??o única, nem respirando estaria. — Ela come?ou a caminhar em dire??o ao port?o.

  — O que é incrível é que está aqui, você deve ter percorrido uma corrente de éter, mas- n?o, n?o sobrou nenhuma perto da terra… — Mirabelle colocou a m?o sobre o queixo e come?ou a debater consigo mesma essa quest?o, nesse meio tempo em que realmente se distraiu a for?a que enforcava Emília sumiu de vez e ela caiu.

  — Emília! — Miguel que mesmo abalado com tantos ferimentos ainda tinha em si a seguran?a de sua amiga, levantou-se com todas as for?as que tinha e correu para agarrá-la, se jogou e estendeu os bra?os a pegando antes de bater a cabe?a no ch?o.

  — Emília! Emília! Está tudo bem!? — A balan?ou de um lado para o outro, mas algo o deixou sem ch?o, a desacordada garota de chiquinhas amarelas come?ou a se esfarelar como partículas e tornou-se uma esfera de energia que desapareceu no ar.

  — O- o Aaaa! O- o quê está acontecendo aqui!? Aaaaa! — Gritou apavorado e sentiu uma dor severa no peito que o fez gritar.

  — Se eu fosse você, n?o me preocuparia tanto assim com ela. — falou Mirabelle que se virou e tinha uma express?o ir?nica no rosto.

  — Esqueceu que tem uma promessa com essa infiel?— teletransportou-se para trás de Miguel e sussurrou no ouvido dele. — Ela n?o vai desaparecer… Eu acho.

  No mesmo instante voltou a sua antiga localiza??o e Miguel que ficou paralisado após aquelas palavras, se levantou pesarosamente em um misto de sentimentos e emo??es negativas, se segurando onde podia, no ch?o, nos bra?os, caindo e se erguendo, irado e com os sentidos bagun?ados.

  — SUA PUTA MISERáVEL!!!!

  — O que você disse!? — Falou Mirabelle que já longe, apertou meio punho na m?o direita e o paralisou instantaneamente.

  — SU- SUA PUTA DESGRA?ADA! — Sangue jorrava de sua boca, mas Miguel n?o se conteve, inflamado por um desejo insaciável de vingan?a.

  — Feche essa sua boca imunda sua aberra??o! — gritou e abriu os olhos e de imediato uma onda de energia fez cortes profundos na pele dele.

  — Você n?o consegue compreender sua própria situa??o!? Ponha se no seu lugar e se cale antes que eu tenha que recorrer a outros métodos para te calar! — Enfurecida, se aproximou levitando e pressionou o dedo indicador em seu rosto.

  — EU VOU TE MATAR! EU- VO- VOU TE MATAR!!! — Como um animal enjaulado ele se debatia e se jogava de um lado para o outro tentando mordê-la.

  — CHEGA! — Esticou o bra?o e gesticulou de tal forma que arrancou certa parte da ponte e o esmagou no ch?o. — Foi por isso! Foi por isso que o seguimos! Eu n?o entendo como Deus criou vocês! o homem foi a única coisa que nenhum de nós conseguiu aceitar! — o levitou novamente e colocou o dedo sobre seu nariz. — Vocês! Vocês! Eu n?o entendo! N?o conseguem se calar! N?o conseguem obedecer! n?o querem se controlar! s?o bestas idiotas que detém tanto poder nas m?os mas por serem t?o idiotas n?o d?o a mínima para suas próprias necessidades e vivem a base de seus próprios interesses!

  — VOCêVAIPAGAR! VOCêVAIPAGAR! — Miguel n?o a escutou, lágrimas de sangue escorriam de seus olhos, o ódio havia tomado conta de si, sua mente só pensava em como a fazer sofrer, dor, nada vinha a mente além disso e as pequenas lembran?as de seu reencontro com sua amiga que desapareceu.

  Mas repentinamente ele cessou de se debater — Você… — falou com um tom frio e calmo.

  — Eu? — Mirabelle apontou para si.

  — Eu estou falando com você… você estava ouvindo tudo n?o é?

  — O quê? Com quem está falando? Perdeu o juízo de vez?

  — Sim eu sei que estava ouvindo, ent?o sabe o que eu quero, você vai me mandar pra essa porra de mundo, mas antes de tudo isso eu quero te fazer um pedido! sim UM PEDIDO! — Ignorando-a completamente, com os olhos vermelhos e veias pulsando em seu rosto, olhou diretamente para o port?o atrás dela.

  — H?? Está tentando falar com aquilo? — ela olhou na mesma dire??o e soltou uma gargalhada. — Hahahahaha!!! é sério? Acha que aquilo irá lhe responder? — t?o c?mica foi a situa??o que a mesma cessou por um segundo a for?a que tinha e desceu gargalhando até ele — Imprestável! — desferiu um único chute que o atirou longe.

  — Isso é um port?o dos primórdios! — Come?ou ent?o a levitar em dire??o a o port?o. — Uma das conex?es mais antigas, eles têm vontade própria, eu que sou uma Custódia da Ordem n?o consigo uma resposta, imagina tu, macaco!

  Arfando, após a queda e o impacto de sua cabe?a no ch?o, se levantou limpando o sangue que escorria pelo rosto e segurou em um dos bra?os que estava muito machucado.

  — E- eu mes- — tossiu e mais sangue caiu no ch?o novamente, olhando para aquilo mas n?o se abalou, uma decis?o cegada pelo ódio n?o podia ser parada por meros ferimentos. — Mes- mo que eu morra, mesmo que minhas for?as sejam sugadas, mesmo que eu sofra pelo resto da minha vida! Eu vou levá-la comigo! — gritou.

  — O quê? — Ela o olhou fascinada com tamanha ignorancia do sorriso macabro que ele carregava no rosto.

  — Eu vou escravizá-la! eu vou tortura-la até que perca sua última gota de sanidade! Ela vai pagar por tudo! Por tudo aquilo que me causou! Por tudo aquilo que eu sofri! Eu a farei pagar em dobro! — Apontou para Mirabelle com ódio em seus olhos, uma energia come?ou a emanar de seu corpo, o som de suas palavras fizeram o espa?o em que estavam estremecer.

  — Está falando sério? Hahahahhahahahahahahha!

  — Isso sua desgra?ada! Ria! Ria enquanto pode! eu vou fazer você implorar para que eu te mate! — Cerrou os dentes.

  — Há! Você cruzou a linha garoto. — Mirabelle curvou o corpo e os bra?os para trás, em um movimento rápido para frente, p?s as palmas da m?o em dire??o a Miguel. — Morra!

  Nada aconteceu, Miguel que estava olhando-a fixamente continuou assim.

  — O- O que!? — Olhou para as próprias m?os e descreu do que presenciou. — Morra! Morra! — come?ou a esticar os bra?os e mover as m?os mas nada aconteceu. — N?o é possível!

  — Hahahahahaha! — a gargalhada dele foi seguida pelo o som do ch?o sendo arrastado e o ranger das dobradi?as do gigante port?o de ferro come?ando a se mover. — ESTáVENDO!? ESTáVENDO!? HAHAHAHAHAHA!

  Ao virar o rosto ela percebeu que seu orgulho tinha a deixado cega, por mais improvável que seja o pedido feito, poderia ser acatado.

  — N?o é possível! Co- Como!? COMO!? — Mirabelle se assustou, no exato momento em que o port?o come?ou a se abrir, o sangue de Miguel come?ou a se mover e vários fios vermelhos come?aram a se formar.

  — N?o! N?o! N?O! — Desesperada, usou seus poderes para destruí-los, mas eles se reconstruíram e continuavam avan?ando.

  — Hahaha! ha- ha- ha. — Miguel desmaiou com os olhos abertos.

  — N?o! Eu! Eu n?o deixarei! — Uma forte onda de raios come?ou a sair do corpo dela, mas n?o surtiam efeito.

  O sangue marcou sua pele das pernas a cintura e parou em seu peito, se alojando em seu cora??o.

  — Aaaaagh! — Revirou os olhos em agonia com o choque de sua energia com a carregada pelo sangue do garoto, gerando ondas e mais ondas de raios, esfarelando o ch?o e criando uma cratera, até que tudo subitamente cessou.

  — Urgh! — O ar ficou pesado e caiu de joelhos, uma dor intensa percorreu todo seu corpo e sangue saiu de sua boca. — H?!? — Quando se deu por conta daquele líquido vermelho escorrendo, uma express?o horrenda se viu em seu rosto.

  — N?o! N?o pode ser! Ele n?o fez isso comigo! Isso n?o pode estar acontecendo!!! — Os olhos vacilaram, as m?os tremeram e um suor escorreu pelo rosto paralisado e de repente uma corrente negra saiu de dentro do port?o e se enroscou em sua perna.

  — N?o! n?o! n?o! — Chutou, se arrastou, tentou resistir, porém mais apareceram, paralisaram seus bra?os, se prendiam em suas costas, enroscavam em seu pesco?o, tanto nela, quanto em Miguel que se bateu nela e a desequilibrou fazendo os dois serem puxados para dentro.

  O port?o que havia sido aberto em segundos, come?ou a se fechar, e o barulho do ranger de suas dobradi?as cessou ao estrondo de suas portas se trancando novamente.

  Arrastados a dentro, as correntes se juntaram a escurid?o e um forte vento os empurrou, raios de luz saíram das marcas no corpo dela e formaram uma linha que se dividiu em duas, uma esculpiu no pesco?o de Mirabelle um pequeno círculo tra?ado que se prendeu como uma gargantilha, e no peito dele uma marca foi cravada, um círculo dourado reluziu e o sangue que penetrou nele entrou em sintonia com encandecer das espadas que circundava.

  — AAAAAAAA!!! — gritou Mirabelle agarrada ao garoto, abra?ou o com for?a, enquanto caiam em meio a escurid?o, o ardor que sentia, desapareceu e gradualmente uma sensa??o de umidade come?ou a aparecer junto de pequenas nuvens brancas ao seu redor, a vis?o dela se emba?ou por alguns segundos ao surgir de uma fina linha azul cortando a escurid?o. Em segundos se deu um forte luz e o céu se mostrou, límpido com algumas poucas nuvens brancas, se estendendo até o horizonte, limitado apenas pelo terreno amarelado que se aproximava cada vez mais deles em queda livre e no momento que percebeu isso, apertou o garoto e moveu-se esperando que alguma coisa saísse, mexeu e mexeu os ombros e as costas, mas nada respondia, e pensou entre o lacrimejar de seus olhos que sua vida terminaria.

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