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  Obviamente, Loc escondia todos estes pensamentos cínicos, pregar este tipo de conhecimento exótico somente iria o prejudicar.

  Este tipo de verdade deve ser adquirida em reclus?o, é como um bolo que você mesmo bate e faz a massa, coloca e escolhe o sabor do recheio e glacê, para no final ser degustado em pequenas fatias.

  Com os ingredientes só sendo possíveis de encontrar com as frustra??es e mágoas amargas da vida. Para muitos n?o vale a pena, viver na ignorancia é mais confortável e natural, pois o pre?o é muito alto.

  Escusado será dizer que estar habitando o mundo ilusório e n?o saber que a realidade é um grande circo sarcástico e cruel, cobra seu pre?o igualmente, e ainda rouba seu troco.

  Existir sem compreender as nuances malandras que te sabotam e te envenenam imperceptivelmente, resultará em um fim trágico e se perguntando o porquê de ter tido uma vida imunda.

  Provavelmente em seus últimos momentos, com as próprias expectativas e cren?as cassadas e asfixiadas pelos erros que fez e, qui?á notou.

  Definhando na velhice com inúmeros arrependimentos e oportunidades que perdeu devido as fábulas que se sujeitou a acreditar.

  Utilizando o hedonismo e promiscuidade como válvulas de escape, limitado por emo??es e sentimentos superficiais, ou ter entrado em um espiral de desejos materialistas e de vontades para engordar seu ego em forma de um tit? de vidro, gigante e frágil.

  Derramando lágrimas por ter tido uma existência restringida por típicos achismos que empurrou você e muitos outros para a mesma latrina. Sendo somente mais um insignificante distraído por prazeres mundanos no meio da manada.

  A legítima liberdade é escassa, todos vivem em uma eterna corrida dos ratos de diferentes maneiras e modelos, algumas mais fáceis de suportar a maratona angustiante, outras te oferecem petiscos mais inebriantes.

  Contudo esta é uma fictícia pris?o oriunda de no??es incutidas em sua mente desde que você desenvolveu sua personalidade, você naturalmente presume que é o normal.

  é uma gaiola artificial que te prenderam e fizeram você engolir a chave enquanto você ainda nem era uma crian?a ingênua.

  O tempo passa e está chave vai lentamente sendo absorvida por seu corpo, você nem a sente inicialmente e nem lembra dela.

  Viver nesta jaula consequentemente te dará a sensa??o de ser um cativo, porém a cada poucos dias surgem duas seringas, uma de um sedativo e outra de uma substancia eufórica.

  Aquela chave periodicamente come?ará a machucar seu corpo por dentro, você sentirá dor, mas é uma agonia leve. No entanto, o comodismo te for?a a usar as seringas, deixando-te embriagado para n?o ter estas percep??es de fuga..

  Nesta pris?o, você tem inúmeros colegas, alguns se tornam seu amigo, tornando esta vivência mais razoável.

  Tanto nas deles quanto na sua, quando surgem estas seringas, eles rapidamente a usam, naturalmente você os assiste até achar normal esse comportamento e este tipo de vida, pois eles s?o tranquilos e comportados.

  Os que surtam aparecem, mas rapidamente s?o isolados e sofrem escrutínio. E como você n?o quer sofrer que nem eles, você vai padronizando e espelhando sua conduta nos encarcerados mais destacados.

  Consequentemente, você come?a a usar este sedativo e a substancia eufórica. Os anos passam, e o número e intensidade das seringas aumentam cada vez mais, pois você precisa de estímulos mais potentes e prazeres mais duradouros.

  Todos ainda est?o em simbiose nesta pe?a de teatro, for?ando-se a continuar e fechando seus sentidos, acreditando ser sua personalidade ou um modo adequado de vida. Para muitos, inclusive você, estas seringas s?o simples analgésicos.

  Aquela chave foi totalmente absorvida por seu corpo depois de muito tempo. A chance de escapar foi perdida.

  O despertar pode vir de uma sequência de porquês, astúcia, ou o nojo deste tipo de vida. A inteligência é a acumula??o de informa??es transformadas em conhecimento, mas a sabedoria é instável e filha da lucidez de pensamento n?o imaculados.

  Alguns conseguiram despertar enquanto ainda tinham a chave, e o processo de sair da jaula foi desgastante e danoso. Eles tiveram que parar de se entorpecer, e os que esconderam esta atitude foram camale?es sagazes.

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  Os que tentaram avisar os outros por bondade ou ingenuidade, por resultado, foram difamados e sofreram ostracismo.

  Claro, discutem e argumentam, mas a verdade é uma quest?o de tornar algo verdade, até uma mentira pode se tornar um fato se a história for alterada até ser dada como certeza ou senso comum.

  Os presos tentar?o te convencer, enfraquecer sua raz?o e te chamar de louco.

  Alguns podem realmente se importar com você e te aconselhar bondosamente, estes, porém, infelizmente também s?o iludidos que insistem neste aprisionamento.

  Por medo, carência ou apenas por você ser considerado anormal, eles n?o acreditar?o em seu raciocínio dedutivo.

  A estrada do inferno é pavimentada por boas inten??es.

  Seus vulgos amigos te dar?o as costas, pois v?o te considerar um esquisito ou seguir?o a maré, ignorando-te para n?o terem dedos apontados para eles por terem sidos próximos de ti.

  Os que ficaram lúcidos mais cedo, vomitaram a chave, foi mais fácil. Entretanto, os que ficaram anos com ela, tiveram que a defecar, e isso os estra?alhou violentamente, mas é o pre?o da lucidez tardia.

  A liberdade foi lhes dada, eles sempre estiveram com a chave.

  A resolu??o deste estratagema ardiloso era ter a compreens?o de suas auto sabotagens e ter a epifania que estavam em uma jaula sintética apelidada de mentalidade.

  Eles saíram para o mundo e experimentaram novos horizontes, mas o mundo te colocará novamente em uma corrida dos ratos, demoradamente e de forma invisível, você estará outra vez em novas categorias destas terras sistêmicas.

  O universo 25 desta sociedade de ratos é eterna, é a m?e de todas as conspira??es dos animais biologicamente grupais que somos. A nossa própria psicologia social é a armadilha imperceptível que nos prende.

  O cérebro é a arma neste esquema malicioso, os dogmas e cren?as limitantes e nocivas s?o a muni??o, porém é sua mentalidade que pressiona o gatilho desta metralhadora em você mesmo durante anos.

  A sensa??o de liberdade é subjetiva, alguns a adquirem com dinheiro, bens materiais, ou qualquer coisa que satisfa?a seu ego. O padr?o de liberdade mudou ao longo da história, evoluiu devido a ilumina??o dos que sofreram a epifania.

  Contudo estes mesmo despertados, que libertaram a todos das correntes normalizadas por revolu??es, sofrem injúrias tanto pelos presos quanto pelos soltos posteriormente.

  A mentira que é tornada verdade é como uma caixa de espelhos que você foi enfiado dentro, ela vai refletir as distra??es que você tirar do bolso, mas nunca mostrará uma vis?o além das reflex?es.

  Somente ocorrendo a quebra destes espelhos de paradigmas que enxergará a imaculada verdade.

  Porém tudo é uma quest?o da própria satisfa??o e felicidade, mas lembre-se:

  Tudo aquilo que te tira momentaneamente de um vazio existencial se torna um vício.

  Consumismo, hedonismo, promiscuidade, propósitos fúteis, valida??o externa, s?o apenas entorpecentes que devem ter a dose aumentada a cada uso, s?o vícios e distra??es efêmeros para preencher um vazio existencial.

  Eles podem ser usados livremente, mas um dia eles n?o ser?o a ilus?o suficiente para te distrair da sua decadência.

  Claro, existem muitos que foram levados a isso, porque desde cedo est?o desamparados e flagelados por parentes tóxicos.

  Esta cortina de fuma?a que tapa sua vis?o e tato um dia vai evaporar, e será nessa hora que você irá olhar para trás e ver que caminhou em areia movedi?a e já está afundado e sendo asfixiado.

  Neste ponto, te sobrará o desespero, e do pior tipo, o de ser por sua causa. Muitos somente v?o chegar neste estágio quando a sua validade de vida estiver nos últimos momentos, quando estiver definhando incuravelmente e sozinho em seu leito de morte.

  Esperar por uma crise para saber o que é realmente importante em sua vida é a mais estúpida e insana das a??es, porém ela é comum. O dinheiro dá satisfa??o passageira, e ele advém de três origens: o suor, as lágrimas e o sangue.

  E inúmeros fazem uma das maluquices incongruentes mais praticadas: Sacrificar a saúde por qualquer tipo de prazer.

  A sabedoria para despertar, n?o nos ensina como sermos felizes, mas como devemos nos tornar dignos da felicidade.

  Pessoas que você realmente ama e te ama, n?o andam atrás de você, elas n?o querem que você seja um escudo, elas n?o andam em sua frente, pois você n?o quer que elas sejam sua defesa, elas andam ao seu lado, apoiando-se e se ajudando.

  Nesta caminhada da vida, quando você cair na inconsciência, poderá olhar para trás e ver que os passos duplos marcados no ch?o continuaram, e irá se emocionar por saber que foi carregado em seu momento mais frágil.

  Neste mundo cinza, enxergar o valor das cores do subjetivo e para que se vive é uma quest?o de ter a capacidade de viver, n?o existir ou sobreviver.

  Todavia é extremamente subjetivo o melhor para todos.

  Os que encontram a saída desta caverna congelante param de acreditar nas sombras projetadas pela fogueira e se libertam das correntes grossas de preconceitos, ignorancia e senso comum.

  Quando ganham sua liberdade, podem encontrar o sol reluzente e ficar cegos por desejos e prazeres ainda mais intensos do que o calor da fogueira, talvez uma noite ainda mais escura e fria que a caverna.

  O novo mundo será mais vasto, porém igualmente com mais oportunidades, e estas chances tentadoras andam de m?os entrela?adas com perigos desconhecidos.

  Tenta??es mundanas mais potentes ir?o te seduzir com uma lábia diabólica, tudo será mais volátil.

  Enfim, os dados da sua sorte est?o lan?ados neste jogo maquiavélico, eles te dar?o o dom e talento, todavia seu esfor?o, afinco, esperteza e coragem ser?o sua bússola e mapa nesta selva manipuladora.

  A paz, se possível, a verdade, a qualquer pre?o. Uma filosofia com poucos asseclas.

  Loc Wang é um deles. Era um modo de pensar frutífero e vantajoso em sua existência fatalista, mesmo que ele tenha obtido esta personalidade por meios catastróficos e atípicos.

  No entanto, ele n?o iria e nem queria pregar esta ideologia.

  Tentar ser um mentor para repassar esta concep??o cínica de honra, glória, verdade e liberdade que Loc nutria na medula de sua mentalidade, seria, no mínimo, inconveniente e contraproducente.

  Era mais benéfico que seus aliados sejam ignorantes, pois ele n?o acharia seguro ter alguém como ele perto dele.

  Ademais que buchas de canh?o s?o descartáveis, e n?o necessitam de conhecimento para serem úteis.

  A rela??o que ele teve com seus aliados no exército era totalmente utilitária em seu ponto de vista. Loc dissimulava ter honra e glória, isso o fazia ser mais aceito, era mais conveniente.

  Além de que andar em um grupo o fazia ter mais probabilidade de continuar vivo, e Loc concordava. Ele n?o tinha o poder para ser um lobo solitário.

  Loc podia os usar como escudos de carne e iscas em suas matan?as, obviamente ele mascarou isso com desculpas plausíveis. Na guerra, mortes se tornam apenas números, e ele usou isso como ferramenta argumentativa.

  Tudo podia ocorrer pelo descuido, azar e acidentes em um conflito. Desde ser fuzilado até voar peda?os de carne, minas terrestres, armadilhas na selva, explos?es, infec??es e inflama??es, amputa??o.

  Loc tinha uma caixa de ferramentas de motivos para emba?ar e terceirizar a culpa. Além disso, sua indiferen?a foi considerada como uma introvers?o traumática.

  Das equipes que ele passou, os que viram sua verdadeira face, foram rapidamente assassinados.

  Os que ele suspeitava, Loc n?o dava misericórdia, era morte rápida e oculta, eles n?o mereciam sofrer.

  Ele encarava confian?a com escárnio, e considerava ela um utensílio muito instável, arriscado e custoso para ser usado.

  Ter sobrevivido a aniquila??o de vários grupos que participou, o fez ser infame e famoso pelos boatos.

  Isso fez ele dar uma pausa em seus esquemas e ardis, pois sabia que rumores poderiam se tornar acusa??es fomentadas por alguém que ele pisou o calo.

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