Nervoso com a pergunta incisiva de Graco, Eztli reúne todo o seu desejo suprimido e diz com honestidade esperan?osa.
"Graco você já teve pais amorosos, viveu livre e teve amigos, aproveitou a juventude, tudo durante pouco tempo, porém experimentou. Você foi como Loc, somente um pobre coitado empurrado para uma guerra, tudo foi tirado de você, exceto o ódio e desejo de destruir.
E se eu também tive isso, foi no início da minha vida, e nem lembro mais, e se eu n?o aproveitar esta oportunidade rara, vou viver nesta escurid?o até ceder as vontades da entidade.''
Eztli, em seu vomito emocional, esclarece sua senten?a com uma voz carregando angústia.
''Outros que entraram e saíram do abismo, tinham suas memórias perdidas com o tempo, e sobravam somente as desgra?as de suas vidas para lembrar. A escurid?o moldava o conveniente para ela, gerando quimeras de insanidade e loucura para renascer em tempos de propício caos."
"O primeiro que me lembro foi renascido em uma terra chamada Romênia, lutava contra um povo chamado de turcos. Ele foi puxado por um frenesi de delírio sádico, virou um psicopata que empalava seus inimigos, destruiu muitas vidas inocentes. Viveu por vingan?a, foi consumido pela fúria, nasceu na guerra e morreu nela."
"Outros se tornaram ditadores psicopatas, alguns antes de você ou depois, como o frustrado e psicótico do quarto reich alem?o. Teve alguns países chamados Uganda, Camboja, Itália, Jap?o, Líbia e Haiti. E adivinhe, Graco?
Todos foram no mínimo influenciados pela a entidade, todos tiverem outras vidas sofridas, provavelmente poderiam ser como você quando você era Loc, e viraram perturbados compulsivos por qualquer coisa que deixasse sua existência mais poderosa"
"Estes foram os grandes, os que comandaram as na??es. Você n?o viu os pequenos, eles n?o comandavam ninguém, mas eram igualmente malignos e sádicos."
"Assassinos que periodicamente matavam porque gostavam, existiu muitos destes que foram pegos na pátria de seus antigos colegas americanos, mas os que n?o foram, est?o soltos, perseguindo e tentando saciar sua vontade animalesca e sangrenta.
Estes existem pelo mundo todo, em todos os continentes, alguns nem se lembram de sua vida passada, outros tem tra?os da criatura umbral"
"Graco, n?o temos nada a perder nesse tipo de rela??o utilitária. Te ajudarei com o que sei, e você, deixe-me viver em você. Ser vivo novamente, se você me tirar morrerei inutilmente ou voltarei para aquela escurid?o, virarei uma simples moradora daquele lugar e virarei um porteiro.
N?o sei como n?o fui afetado, talvez a magia daquele xam? seja verdadeira mesmo, ou as condi??es peculiares da minha vida, n?o sei o motivo. Contudo, sei o que quero, e é ter outra chance, por favor, Graco Lhublu Drumoxan."
Suspirando mentalmente com todo o discurso caloroso de Eztli, Graco sabe que a maioria das coisas que ela falou, está certa.
Ele, naquele novo mundo, n?o é nem uma crian?a, e Graco sabe que provavelmente este poder que ele possuiu cai nas m?os de pessoas já adultas, ent?o ele, com toda a sua insignificancia, como resistirá?
E como as mentes um do outro est?o conectadas, Graco consegue atestar a legitimidade de Eztli. Os dois assistiram todos os aspectos de suas vidas, dos momentos mais vergonhosos aos mais carniceiros.
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Se Graco, com toda a sua persona aberta a Eztli, e vice-versa, n?o pode confiar minimamente nela, qui?á outros. Graco já aceitou moralmente sua nova família, mas emocionalmente está em um processo crescente e lento, que talvez seja pausado ou excluído.
Ele sente o conforto do carinho, mas ele é quebrado, se outros fizessem isso nele e estivesse nas mesmas circunstancias de seu renascimento, ele n?o rejeitaria.
Graco deve os aceitar como pessoas, indivíduos que agora s?o do mesmo sangue, que se importam com a existência um do outro.
Toda a bestialidade primitiva que desperta na guerra em uma humano, Graco presenciou, sentiu e fez, isso fez com acendesse uma misantropia inescrupulosa nele, que ele se tornasse um eremita cínico quase amoral, um antissocial que persistentemente tentava extinguir as próprias emo??es e sentimentos positivos para n?o criar expectativas que ser?o massacradas.
Graco, sabe que, se quiser proteger o que tem, precisará ser mais trai?oeiro e tirano nesta vida. Talvez Eztli seja uma armadilha da entidade, ele n?o sabe, ele desconfia, seu instinto forjado por anos de escapismo e sobrevivência ruge em sua cara para evaporar a existência dela.
Olhando para a alma imaculada de Eztli, Graco sente pena dela e de si mesmo, duas existências semelhantes, mas que criaram filosofias diferentes para se reconfortar na pouca esperan?a que queriam defender.
Tocando a alma mentalmente a alma de Eztli, Graco sente ela adentrando cautelosamente seu ser, costurando-se ao núcleo de sua vida. Graco assiste com genuína benevolência, e fala com tranquilidade.
"Minha nova vida é uma cornucópia dada pelo universo, ou a entidade, n?o sei, talvez nunca descobrirei ... Espero que estejamos em conluio nesta existência, Eztli, n?o a trairei e n?o arrancarei suas esperan?as. Espero que, desta vez, valha a pena continuar existindo, é nossa última tentativa, Eztli."
Eztli, sentindo o convite receptivo de Graco, chora com for?a. Ela n?o esperava isso, mesmo ela, após digerir todo o ódio e ressentimento que sentiu durante seu tempo no escuro, acreditava que Graco n?o daria a ela a m?o da confian?a.
Eztli, praticamente se tornou um vácuo, com poucas memórias e as únicas sendo as que mais a machucavam, ela lutou para n?o cair na espiral ódio.
Mesmo que se tornasse oca, que n?o se lembrasse de nada, ela n?o iria virar o que a entidade queria, ela n?o se tornaria como as outras almas poluídas.
E conseguiu, mas o troco dessa compra foi somente a inércia e a impossibilidade de renascer.
A entidade após escolher seus frutos, ela n?o os expulsará, pois sabe que o tempo é a melhor forma de quebrar o ímpeto e motiva??o, a criatura abissal reconhece que humanos sem serem recompensados, caem na desistência com facilidade e usam desculpas convenientes para seu fracasso.
Cada um tem seu tempo, e Eztli caiu na sua teia de influências como todos os outros.
E para a decep??o da escurid?o, ela foi azarada no próprio jogo malicioso e canalha que criou.
Eztli quando viu a alma suja e cinzenta, mas com um pouco de pureza branca imaculada resistindo a sobreviver perante a imundície obscura do abismo.
Ela ficou pasma, pois entre todas as almas, a escolha de abra?ar o caminho caótico ia com suas filosofias, era mais natural, ou o foda-se total devido a desistência ou o desejo de simplesmente n?o querer viver mais.
E isso se tornou seu novo combustível, nutrir aquela alma e a defendendo da influência do limbo, ela sabia que aquilo podia ser a sua única rota de fuga, ela colocou todos os ovos na cesta em troca de andar por um caminho que ela n?o sabia o destino.
E ela conseguiu, Eztli sabia que a autoridade do organismo abjeto era de dar a chave de abrir o port?o do renascimento e o tempo necessário para sua decis?o.
Ela perdeu somente mais das memórias que carregava, e n?o importava para ela, pois o que era existir somente para ficar em um círculo de relembrar o que fez ela ser o que é agora?
Consequentemente, neste lugar vazio, Eztli refinou a alma de Loc continuamente deixando-o inconsciente durante o processo da temperan?a.
Foi um processo dícifil, sua alma tinha o vazio muito enraizado, a alma de Loc era louca e caótica, tentando destruir desesperadamente tudo que podia ou ficar estático for?adamente como um aprisionamento de sentimentos.
E quando ele renasceu, ela se prendeu a ele, mas somente apareceu quando ele se fundiu com a escurid?o, pois ela ainda fazia parte do abismo eterno.
E vendo pela abertura que surgiu no abismo, mostrava as semanas de Graco, e nisso, ela viu a sorte agindo pela primeira vez em sua existência. Naquele momento, o único som na escurid?o ilimitada era os solu?os lacrimejantes de Eztli.
" ... Igualmente desejo ... Obrigado, Graco"
Respondendo com lágrimas silenciosas, Eztli, recebe sua centelha de esperan?a, um novo come?o. Toda a sua luz gasosa se entrela?a com a cinzenta da de Graco, as duas pessoas se juntam na mesma existência, com traumas e sonhos em comum, elas se misturam.
Eles, que rolaram e chafurdam na imundície humana, encontraram o alimento para seu desespero. Em tempos em que a inocência é considerada uma fraqueza, eles tiveram o ódio colorindo de vermelho cada inten??o, envenenando cada pensamento.
E quando caíram tiveram a no??o do esfor?o que é preciso para voltar a continuar de pé.
Portanto, neste momento, Graco dá o primeiro passo em sua catarse, recebendo a reden??o necessária para reaprender a confiar, e ganhando sua primeira amiga. Eztli, por sua vez, têm a chance de poder viver novamente, e n?o aprisionada, trancada e amarrada como sempre esteve.
A rela??o deles é esquisita e incomum, mas diante das dificuldades, eles podem prosperam estre as ruínas.
Graco, acreditava que o sofrimento deveria ser superado, era o único meio de o superar era o suportando. E ele está correto, ainda mais se tiver pessoas que o ajudará.